quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Blergh! Doce de jaca!


Eu odeio jaca. ODEIO! Não me interessa se é jaca mole ou jaca dura. Simplesmente odeio. Não suporto nem o cheiro!

Pois bem. Quando eu tinha 16 anos e estava pra me formar no Magistério, namorei um carinha que estava pra se formar na faculdade. O bonitinho me pediu pra ir com ele entregar um convite da sua formatura na casa da tia dele e depois sairíamos. Fui. Fui porque nunca imaginei que isso pudesse representar uma das maiores torturas que sofri na minha vida! Pode parecer exagero - e é! -, mas foi!

Chegamos na casa da tia dele e... surpresa! A criatura era a diretora do colégio onde eu estudava. E me reconheceu na hora! "Mundinho pequeno!" - qualquer um diria! "Droga de mundinho pequeno!" - foi o que eu pensei, na verdade.

Entramos no apartamento dela. E eu sem graçaaaa! Doida de vontade de ir embora, ir pro cinema, pra um barzinho... Qualquer lugar era melhor que a casa da minha diretora, que nos recebeu na sala e nos levou para a copa.

Aí aconteceu! Ela pegou dois pratinhos, abriu um pote com um doce gosmento e com aquele cheiro inconfundível, colocou um pouco em cada pratinho e disse:

- Fiz esse doce de jaca! Comam um pouquinho!

Olhei o prato. Olhei de novo. Prendi a respiração e me lembrei de todas as regras de educação que meus pais - não sei se felizmente ou infelizmente! - me ensinaram. Eu não tinha como recusar. Não devia dizer que o-dei-ooo jaca, então NÃO, OBRIGADA! Só havia uma solução: comer aquela porcaria! 

Então, respirei fundo e comi. Comi rápido. Enchi a porcaria do garfo e comi sem mastigar. Engoli em umas três garfadas pra não sentir o gosto e não vomitar. Tenham orgulho de mim, pai e mãe! Comi doce de jaca e não passei vergonha como visita! Sou um exemplo de menina!

Aí a criatura abominável olhou meu prato vazio, ficou feliz da vida porque comi tudo e soltou:

- Mas já?! - E foi enchendo o meu prato de novo com mais doce de gosma! - Come mais um pouquinho!

E foi naquele dia que compreendi, antecipadamente, como se sentiam os participantes do No Limite quando tinham que comer olho de cabra pra passarem pra próxima fase...

Só conto duas coisas. Um: não comi o doce todo do segundo prato. Pedi um copo d'água e disse que estava de dieta. Dois: o namoro não durou muito tempo. Mas que tipo de namoro é esse que a lembrança maior é o maldito dia em que se é obrigado a comer doce de jaca?! Não valia à pena, né?