Uma amiga desabafou comigo uma historinha pessoal inusitada. Ela me contou que não dormiu bem a noite toda e de manhãzinha, quando estava quase conseguindo dormir, seu marido a chamou pra falar que havia um sapo (Sim! Um sapo de verdade!) no quarto do filho deles! Ela ficou injuriada com o marido! Afinal, depois de uma noite mal dormida, ele a acordou pra exatamente o quê? O marido queria que ela pegasse o bicho. Mas não era pra ser o contrário?! Onde foram parar os homens heróis, aqueles que enfrentavam até dragões para protegerem as suas amadas?! Na falta dos dragões, as baratas e sapos seriam bons substitutos, né nao?!
O fato é que, depois de ouvir o desabafo e a decisão da minha amiga de deixar o pobre anfíbio trancado no quarto do filho até o marido voltar, minha imaginação entrou em ação e uma série de historinhas fictícias começaram a borbulhar freneticamente em minha cabeça.
O sapo, desesperado, entrou no quarto errado. Procurava uma menina e foi parar no quarto de um menino. Encara o pai do menino e pensa desesperado: "e agora?!" Nada de mocinhas, nem princesas, nem mosquitinhos e moscas pra comer. Eis que minha amiga, com cara de insônia e P da vida entra no quarto pra olhar o objeto da briga conjugal do dia. O sapo delira! Não é menina, nem mocinha, nem princesa, mas é um mulherão! E se empolga!
- Olá! Sou feio, mas carinhoso! E mato insetos com prazer. Me beija?
- Eca! - diz minha amiga, apesar de intrigada com o fato do tal sapo estar falando.
- Se me beijar, posso virar um príncipe. Ou um modelo com barriga de tanquinho! Acaba com o feitiço da bruxa má e me beija? Estou disposto a virar seu escravo sexual e ainda limpo a casa pra você, corto a grama, te levo pra todo lado como motorista, não reclamo da sua TPM nunca... Tudo isso por um beijo!
- Hummm! Eu posso pensar?
O sapo revira os olhos esbugalhados!
- Pensar? Mas pensar em que?
- Tô pensando aqui se meu marido também não é um sapo enfeitiçado. Não levo o menor jeito pra ser dona de brejo!
E trancou a porta por fora pros dois sapões se entenderem à noite. Sem a interferência dela.