terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobre cabelos brancos e ruguinhas

"Que a velhice não nos surpreenda com mais rugas na alma do que no corpo."
(Michel Montaigne)

Me olhei no espelho e eles estavam lá: dois ou três fios de cabelos brancos! Talvez uns cinco ou seis! Quem sabe quantos exatamente? Não vou contar. No início me apavorei! Tudo acabado pra mim! Quando apareceu o primeiro fio branco na minha cabeça, a reação foi imediata: tira! Arranca! Apareceu no lugar errado, seu fio! Ele voltou acompanhado de mais um. Tira! Arranca! Não quero! Mas agora... Se eu arrancar esse tufo, vou ficar careca!

E aí a gente se olha no espelho e é obrigada a escolher: ou fica nessa neura ridícula ou começa a aceitar que alguns sinais de velhice não são o fim do mundo. Não quero ainda pintar o cabelo toda semana pra esconder os sinais de que minha vida está sendo vivida! E bem vivida! Definitivamente a juventude que há dentro de mim um dia vai parar de aparecer no meu corpo. Ou aceito isso com serenidade ou desperdiço a energia que ainda tenho pra disfarçar a realidade.

Talvez daqui a algum tempo, quando os fios brancos aparecerem mais, eu mude de ideia e apele pra minha cabeleireira. Talvez quando as rugas chegarem com mais força, eu me discipline pra usar os tais creminhos anti-sinais que vivem sendo vencidos na minha prateleira.  O fato é que os sinais de que o tempo passa,  também pra mim, não devem ser uma desculpa pra que eu não curta tudo o que me faz feliz e melhor como pessoa! Saber envelhecer deve ser mesmo uma arte. Por enquanto, quero tratar de viver. Intensamente!