Outro dia estava discutindo com uma amiga sobre essa história que algumas pessoas fazem de deixar os amigos de lado – ou até evitá-los! – quando começam a namorar alguém.
O amor é mesmo lindo, a paixão deixa qualquer um meio cego, as borboletas na barriga são uma delícia, mas acho muito ruim pra todo mundo esse lance de se afastar do resto do mundo por uma pessoa, mesmo que seja um grande amor.
Alguns diriam, em defesa: “É a outra pessoa, ciumenta, que está brecando a que é nossa amiga!” Ah, vamos combinar? Uma pessoa só breca alguém, quando a outra deixa. Somos nós que permitimos ser brecados! É sempre com o nosso consentimento. Se a gente não consentir, não tem freio de mão que segure a gente!
Sinceramente, tenho dó quando isso acontece com amigas ou amigos. Porque, infelizmente - mas é fato! - todas as relações amorosas, um dia, caem na rotina. E aquela paixão toda, aquele fogo todo, aquela cegueira pros defeitos do outro... tudo isso passa um dia. No mínimo, diminuem.
E aí, quando as borboletinhas na barriga resolvem bater as asas mais devagar, essas pessoas tendem a querer resgatar os amigos, que já mudaram. E pegar o bonde dos amigos andando também é complicado. Já perdeu o fio da meada! Fora a possibilidade dos amigos, muitas vezes estressados por terem a percepção de que foram deixados de lado, notarem que aquela talvez não seja uma relação de amizade interessante, saudável. Afinal, quem quer ser deixado de lado a cada apaixonite aguda de um amigo? E aí eles mesmos não se importam em resgatar aquela relação, porque não é AQUELA relação que interessa a eles. E o tal bonde trata de andar mais rápido ainda!
Então a pessoa que se afastou fica perdida, se sentindo a vítima do mundo, leva para um lado pessoal que nem existe. Uma chatice!
E o resgate tem que ser de si mesma, ao perceber que amigos e amores não são incompatíveis. Ao contrário: cada um preenche em nós um espaço especial. Enquanto não percebemos isso, vamos caindo no erro de perder um bonde atrás do outro. Uma pena!