domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mesmo o amargo do café pode ser mudado com açúcar!

Cena 1:

Ele liga chorando pra amiga em quem confia demais. Precisa desabafar. Acabara de descobrir que a mulher da vida dele era uma tremenda FDP! E agora? Como sair desse precipício em que se sentia caindo sem para-quedas?

- Amo você, meu amigo! Conta comigo sempre. Quem não te quer, não te merece!

- Eu vou esquece-la. Ainda nao consigo, mas vou. - disse ele.

Não esqueceu. Mas deixou reservado a ela os sentimentos mais tristes: o desprezo, o não-querer, a mágoa que não se cura.

Cena 2:

Ela conversa com ele uma semana depois de terminarem um longo relacionamento.

Ela pergunta:

- Você está feliz?

- Como assim?!... Ah... Bem, meu time de futebol ganhou e eu também posso ganhar na mega-sena acumulada essa semana, aí faço um montão de gente feliz. Entao a resposta é sim, eu estou feliz.

Nao era disso que ela estava falando. Ele sabia disso. Mas pela resposta dele, era melhor mesmo deixar esse papo de felicidade pra quem realmente merecesse...

(...)

Toda vez que penso nas loucuras do amor, me vem à mente várias cenas da vida real que passaram por mim de alguma forma. Desabafos de amigos e amigas, histórias sobre pessoas que conheço ou próximas de amigos pessoais.

Tenho me impressionado como as pessoas acham natural sofrer por amor. Ninguém manda no coraçao! - Oh frasezinha feita que acaba se encaixando em tantas vidas. Mas fico aqui pensando com os meus botões se esse tal sofrimento por amor é mesmo inevitável ou uma escolha, mesmo que inconsciente. Porque, no final das contas, reagir à dor também é uma escolha. Passar por esses momentos me faz lembrar uma xícara de café. O café é amargo, mas ponha um pouquinho de açúcar e ele fica até gostoso. Tem gente que prefere amargo mesmo. E tem gente que prefere nem tomar. Cada qual escolhe o sabor que quer deixar na boca por um tempo...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cada um desperta em mim a Cristiane que merece...

Já reparou como a gente reage diferente a diferentes pessoas e a diferentes estímulos? Não é que sejamos "duas caras", que tenhamos perdido a autenticidade. Acredito realmente que exercemos vários papéis diferentes. Já imaginou agir da mesma forma no trabalho e na farra? Não dá mesmo! Assim também com as pessoas.

Pelo meu jeito de ser, por valor pessoal mesmo, eu tendo a ser gentil e sorridente com as pessoas. Mas tem neguinho que abusa, que não entende que ser gentil não tem nada a ver com ser otário ou com desejo de virar capacho alheio! Aí depois não pode reclamar, nem se desorientar quando aquele poço de sorrisos e ternura vira um monstro pronto pra dar coices!

E gente implicante? Ô coisinha chata de se aturar! Brincadeirinha e implicância tem um limite que a maioria das pessoas não consegue perceber quando passou de um pro outro! Quando perturbam demais, meu sorriso vira grunhido, meu olhar se transforma. A fadinha vira bruxa pronta pra fazer mingau de criancinha chata!

Fora as pessoas que dizem uma coisa e fazem outra, são incoerentes com a própria vida e exigem compreensão de quem está próximo! Pessoas que dizem que te amam de dia (aliás, ando achando que dizer um "eu te amo" tem ficado tão banal ultimamente!) e te apunhalam sem dó nem piedade ao anoitecer. Como agir com essa criatura da mesma forma que com as pessoas com quem você realmente pode contar?

Entao, no final das contas, funciona assim: você é legal comigo, eu sou legal com você. Você nao é legal comigo, eu me desobrigo de ser legal com você. Ponto. Cada um desperta em mim a Cristiane que merece. Perfeita descrição! E o mais bacana dessa história toda é perceber que muita gente já despertou em mim muita coisa boa, apesar de todos os meus defeitos.

Assumo o meu lado macaquinha de imitaçao: Essa frase aí do título estava no MSN de uma amiga querida, com o nome dela, e eu adorei. Pedi pra copiar e ela autorizou.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Chefes! Como não tê-los, mas como respondê-los?!

Acho que todo mundo que já trabalhou um dia, também já viveu esse tipo de situação: seu chefe naquele humor típico de TPM ao cubo, lhe passando as missões impossíveis que nem Tom Cruise gostaria de realizar no próximo filme da série e você lá... com aquele sorrisinho amarelo, quase alaranjado, se é que você consegue sorrir.

Por dentro, você já soltou tantos palavrões e expressões, que faltariam aquelas figurinhas infames de histórias em quadrinhos! Uma sequencia de bombinhas, caveirinhas e raiozinhos totalmente impublicáveis!

Então você reúne todas as suas forças, dignas de um jedi que se recusa a ir pro lado negro da força e diz com toda a educação de quem não pode perder o emprego:

- Ok, chefe. Vou tentar...

Isso sem falar nas injustiças, broncas, puxões de orelhas, "carcadas" gerais! Algumas justas, mas vamos combinar que, na maioria das vezes, nos sentimos injustiçados mesmo! (Nossa autocrítica, no geral, é condescendente conosco!)

Então funciona assim: na maioria dessas vezes, nossos balõezinhos de pensamentos voltam com aquelas sequencias de bombas e caveiras, mas nosso balãozinho da fala acaba refletindo o nosso lado de preservação empregatícia!

Aí a gente sai daquela reunião com o ego golpeado, trabalho dobrado e a dúvida sobre o paradeiro da nossa autencidade! Pensa aí no seu histórico de reuniões com os seus chefes e tente classificar as suas respostas em percentual de autenticidade...

São raros os chefes que deixam seus funcionários realmente à vontade pra dizerem o que pensam de verdade, aqueles com quem você se sente livre pra dizer algo como "Você pirou o cabeção?! Não é assim que a banda toca, nao!", sabendo que isso não representa uma ameaça a cortar a sua cabeça. Essas raridades existem e, sinceramente, acho que são os que têm as equipes mais leais, mas infelizmente são minoria absoluta! Até porque nossos valores ainda passam pela hierarquia e pela ideia de que manda quem pode e obedece quem tem juizo!

O fato é que tive chefes maravilhosos em quem prefiro me espelhar e seguir seus exemplos e também tive uma porção como anti-exemplos. Espero nao estar nunca nessa segunda lista dos meus ex-liderados! Tenho me questionado quantas vezes as pessoas que chefiei se sentiram assim e cheguei à conclusao de que nunca vou ter uma estatística real de chefiados leais x desleais, autênticos e não-autênticos, de quantos quiseram me dizer algo e não se sentiram seguros para isso... Uma pena isso! E um tiro nas minhas próprias convicções.